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domingo, 6 de dezembro de 2009

Farroupilha – Da Terceirona ao céu

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Minha história como torcedor do Grêmio Atlético Farroupilha começou no ano de 2002, ano em que o time voltara a jogar a Segundona. Influenciado pelo meu pai, já tinha ido ao Nicolau Fico quando pequeno e também me lembro de comentários da final da Terceirona 2001, contra o Cachoeira. Com auxílio da revista Super Esporte (Novembro/Dezembro 2001), lembro que nessa campanha o iniciante treinador Bebeto Rosa contava com grandes jogadores como: Evanor (o capitão), Cássio (ídolo do Brasil e do Pelotas), Vélton (meia técnico), Régis (grande zagueiro do Brasil), Géverton Duarte (já era veterano, hoje é comentarista), Manga (maior ídolo recente), Leandro Guerreiro (jogou por muitos anos com a camisa tricolor) e Flávio Leonetti (o artilheiro).

Nos anos de 2002 e 2003, mantendo a base, o Fantasmão fez campanhas apenas medianas. Destaque para o ano de 2003, quando o Farrapo brigou até a última rodada pela classificação ao octogonal final. Infelizmente, a arbitragem anulou três gols tricolores e o Lajeadense saiu com a vitória por 1x0 e a classificação. Mas o melhor estava por vir.

No ano de 2004, a direção tricolor firmou parceria com o Banco BMG visando o acesso à primeira divisão. Para isso, contratou o experiente treinador Edson Pontes, o Ceará, que montou sua comissão técnica e um excelente grupo. Mesclando jogadores remanescentes das campanhas anteriores como Leandro Guerreiro, Vélton e Manga com os experientes Dido, PC e Alex Figueiredo, além da turma de jovens - porém bons – como Cirilo, Miro, Gil e Kiko (todos dispensados do Brasil) o primeiro desafio na temporada foi o Citadino.

Inferior aos adversários, o Farrapo não conseguiu vencer, mas fez boas atuações (derrota para o Pelotas por 3x2 e empate em 2x2 com o Brasil), se tratando de uma pré-temporada e ainda com algumas carências no plantel.

O início de Segundona foi muito bom para o Fantasma do Fragata. Terminou a 1ª fase na vice-liderança, com dois empates em 1x1 nos Bra-Far. Apesar disso, Ceará e o vice-presidente de futebol Adão Marques não conseguiram se entender e toda comissão técnica pediu demissão. O treinador alegou que estava insatisfeito com a interferência de Marques no seu trabalho e com isso foi acertada a volta de Bebeto Rosa, o mestre do 3-5-2 - hoje, especialista em acessos. Ele estreou com uma vitória sobre o Bagé, em casa, com o time desfalcado e provou que poderia levar o time à elite.

A segunda fase foi ainda melhor. Bebeto Rosa fazia aquele time jogar com um fino toque de bola. Dido como líbero, os outros dois zagueiros saindo pelos lados, os alas Cleiton e Michel Gomes entrando em diagonal e Mangashow na criação. Assim ficava fácil para Leandro Guerreiro, Adãozinho, Gil e Caetano, que se revezavam no ataque.

Apesar de perder o Bra-Far na Baixada, ficar no 0x0 em casa e perder o zagueiro Roger (Bauer, atualmente dirigente do EC Pelotas) para o Lages- a direção contratou Renato, que substituiu o alemão muito bem pela esquerda, e Evanor, que futuramente seria titular, com a lesão grave na coxa de Vagson - o Farroupilha terminou na primeira colocação (“título” muito comemorado com a vitória sobre o Guarany de Bagé) e ficou entre os oito melhores. O Brasil ficou em segundo (classificou-se também) e eu dizia para meu colega Rafael: “Não vejo ninguém na minha frente”.

A terceira fase foi difícil. Apesar de o Farrapo ter melhor colocação na segunda fase, ficou com a segunda colocação geral e consequentemente uma chave mais complicada. Foi a única vez que o Tricolor não encontrou o Brasil de Pelotas (dono da melhor campanha geral), mas encontrou o de Farroupilha, além de Inter-SM e São Luiz.

No primeiro turno, empate em Ijuí, empate em casa contra o Inter (com um pênalti imbecil nos acréscimos do capitão Dido, suposta entregada, o que causou sua saída do time) e derrota em Farroupilha. A situação ficou complicada, mas o Farrapão reagiu. Vitória sobre o Brasil e empate em Santa Maria deixaram o Fantasma dependendo de uma vitória no Nicolau Fico contra o São Luiz. Nesse jogo o Nicolau Fico lotou (com ajuda de xavantes e áureo-cerúleos, claro) e uma grande vitória por 3x0.

O Farrapo estava entre os quatro melhores. Junto, o Xavante, Brasil-Fa e o Sapiranga. No ano em que o Pelotas foi rebaixado, a cidade tinha tudo para ter dois representantes na primeira divisão no ano de 2005.

O quadrangular final não podia começar pior. Bebeto Rosa escalou Cleiton machucado e o Brasil fez 3x0. Mas no jogo seguinte o Fantasma recuperou o saldo e venceu o Brasil-Fa por 4x0, em casa. Depois, 3x1 no Sapiranga, terminando o primeiro turno em segundo, atrás do Brasil. Mas se o xavante conseguiu o acesso com uma rodada de antecedência, o Farrapo sofreu. Depois de perder para Sapiranga e Brasil-Fa fora de casa, era vencer ou vencer o Bra-Far na última rodada.

Muitos diziam que o Brasil iria entregar o jogo, mas não foi o que aconteceu. O Xavante pressionou muito, dando trabalho para Alex Figueiredo, até que Michel Alves se complicou com o gramado irregular. Furou em bola num desvio após escanteio e Manga não perdoou. O Farrapo estava na primeira divisão.

No início de segundo tempo, Careca empatou o jogo e o resultado paralelo do jogo Sapiranga e Bra-Far tirava o Farrapo da primeira divisão.

Ainda restavam esperanças. Gil fez grande jogada pela direita, cruzou para a área e Paulinho marcou contra. O Farrapo estava na primeira divisão. Festa das duas torcidas no gramado, já que o Brasil ficara com o título, festa do Tricolor do Fragata, que 24 anos depois estava de volta à elite.

E o Farrapo queria mais...

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