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Uma semana após o fim da Segundona, o Farroupilha já tinha um novo compromisso. Era a Copinha do segundo semestre, que naquele ano se chamou apenas Copa FGF. A estreia foi contra o São Paulo, em Rio Grande, e a derrota quase óbvia aconteceu. Era óbvia porque o time, além de estar em festa, perdera os jogadores Renato para o Pelotas e Leandro Guerreiro para o VEC.
Na sequência da 1ª fase, o time cresceu e terminou em 2º lugar, atrás do Pelotas. Nos mata - mata, vitória sobre o Inter-SM e depois a fatídica derrota para o Esportivo (que se sagraria campeão) por 6x0 em casa - um jogo extremamente atípico e de atuação pífia. Ainda teve o jogo da volta em Bento Gonçalves, mas o desastre já estava feito, e o plantel não teve forças para reparar.
Terminei a primeira coluna dizendo que o Farrapo queria mais. E “mais” era sua manutenção na primeira divisão, o mínimo que se poderia exigir de uma equipe novata na competição. Para isso a direção acertou com o treinador Luiz Eduardo (ex-zagueiro e capitão do Grêmio) e ele seria a “cabeça” do Projeto Primeira Divisão 2005.
O novo plantel era composto por alguns remanescentes, como Alex Figueiredo, Cleiton, Miro, Vagson, Evanor, PC, Gil e Uendel (a imprensa já divulgou inúmeras grafias para o nome dele, no entanto meu pai lhe perguntou, em uma oportunidade no pavilhão do Nicolau Fico, e confirmou que é com U). Também vieram jogadores conhecidos na região, como Paulo Roberto, Fábio Amaral, Lovato, Edenilso, Douglas e Leandro Guerreiro (de volta), mesclados com os craques Vanderlei e Arílson.
Esse time tinha tudo para fazer uma boa campanha, e a estreia estava marcada para o dia 30 de janeiro contra ninguém menos que SC Internacional, atual tri-campeão, desfalcado de Rafael Sobis e Diego (irmão do Diogo, ambos “craques” que não vingaram) que estavam na Seleção sub-20.
Chegou o dia, 24 anos depois o Grêmio Atlético Farroupilha retornara a jogar a primeira divisão, e fez bonito. Ingresso salgado, embora com casa cheia (não só de colorados - foi meio a meio- inclusive tiveram que ir para a, hoje demolida, Coréia do Nicolau Fico), confusões em um pequeno estádio abrigando um grande jogo e o Farrapão conseguiu empatar em 1x1. Com o jogo muito parelho, Vanderlei “Matador” abriu o placar no primeiro tempo para delírio da massa tricolor. Entretanto na segunda etapa, Tinga (teu povo te ama!) comandou a pressão colorada. No finzinho, ele achou Galego (lateral esquerdo, hoje no Brasil, como diria Marco Bianchi) dentro da área e este empatou o jogo. O gostinho da vitória ficou, mas nenhuma decepção, afinal, empatar em casa com o Inter e ver o Luiz André deixar três vermelhinhos no chão com um drible perto da nossa casamata, estava mais do que bom.
Os três jogos subsequentes foram decepcionantes. Derrota para o Santa Cruz, empate contra o Glória, ambos fora, e derrota para o Veranópolis em casa. Como consequência - demissão do treinador. Geverton Duarte, treinador dos juniores, foi promovido ao cargo de treinador da equipe principal.
O time tinha apenas 2 pontos, mas Geverton consegui mobilizar os jogadores e a reação veio na 4ª rodada, em Novo Hamburgo, com vitória sobre o time da casa por 2x1, com dois gols do zagueiro Paulo Roberto e ainda com dois jogadores expulsos.
No início do returno, o Farrapo conseguiu mais uma vitória sofrida sobre o Noia. Após fazer 2x0 em 15 minutos, com gol de Arílson aos 50 segundos (o mais rápido daquele Gauchão), o Fantasma cedeu o empate, mas ainda havia esperança. No apagar das luzes, Douglas acertou um petardo de fora da área para decretar o 3x2.
Em seguida veio um empate dramático, com gol de Lovato aos 49, contra o VEC por 4x4 e outra vitória em casa, dessa vez sobre o Glória, por 2x1, com outro petardo de Douglas definindo o placar. Resultados que deixaram o Farrapo bem na foto.
Mas veio o jogo contra o Santa Cruz, em casa. Vencendo por 2x1, o Farrapão tinha a chance de matar o jogo no pênalti sofrido por Leandro Guerreiro, aos 33 minutos. Vagson! Era o que gritavam os torcedores! Vagson! Era o que gritava Geverton Duarte! No entanto, o cobrador da infração foi Leandro Guerreiro, jogador de grande destaque na história recente do time, autor de muitos tentos importantes, mas, com todo o respeito, também um dos maiores perdedores de pênaltis do Farrapo. O que aconteceu todos já devem ter percebido. Com a penalidade perdida, o Farroupilha não se classificou, já que aos 47 minutos o Galo empatara.
Agora a missão era praticamente impossível. Vencer o Inter, que também brigava por vaga, no Beira-Rio, o que obviamente não aconteceu. Derrota por 2x0, 14 pontos, 4º lugar e a eliminação.
Apesar de tudo, continuo dizendo: O Farroupilha queria mais...
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