www.futeboldaqui.com.br
O mirabolante regulamento do Gauchão, que beneficiava as equipes que jogavam o Brasileiro (Grêmio, Inter, Juventude e Caxias), levou o Farroupilha a participar da Copa Emídio Perondi, que definiria uma vaga para o Brasileirão Série C e os dois rebaixados para a Segundona.
A campanha foi razoável. O Farrapo não correu riscos de rebaixamento, mas, faltando quatro rodadas para o fim da primeira fase, abandonou a disputa pela classificação ao perder por 2x1 em casa para o Glória. Depois disso, mais uma derrota, dois empates e fim do primeiro semestre.
O melhor modo de fazer uma boa campanha no campeonato do próximo ano é montar o time seis meses antes para jogar a Copa RS, e esse era o planejamento do Farrapo para 2006.
Para isso, no segundo semestre de 2005, a diretoria anunciou a contratação do treinador Ronaldo Rangel, o Bagé. Junto com ele, vieram os “bruxos” Carlão, Pansera, Flavinho e Rodrigo Gasolina. Para o gol, o experiente goleiro Adir, para a articulação, o baixinho Diógenes e para o ataque, o craque Dudu e Marcelo Fumaça. Todos eles mesclados com o pessoal da casa, como Cleiton, Gil, Agnaldo, Luiz André, Manga, Vagson, Uendel e Fabiano, e alguns remanescentes do Gauchão, como Palhinha e Douglas.
Esse time tinha tudo para fazer uma excelente Copa, mas o início da campanha não foi como todos esperavam. No primeiro amistoso, contra um combinado da ACP (Associação Colonial de Pelotas), o Farrapo saiu perdendo e só conseguiu empate aos 50 minutos do segundo tempo, com Rodrigo Gasolina. No segundo teste, empate em 0x0 com o Inter-B do goleiro Renan e de Danny Moraes, e vaias para o time no Nicolau Fico, embora a equipe ainda estivesse em formação e desfalcada.
A estreia do Farroupilha na Copa RS foi um sonolento 0x0 contra o Pelotas, no Fragata. Na sequência da competição o time continuava oscilando, com vitória contra o Riograndense-SM, tumultuada derrota para o Brasil na Baixada, uma derrota e uma vitória frente ao São Paulo, até o Bra-Far no Nicolau Fico. Este jogo, combinado com a chegada do zagueiro Paulo Roberto, do lateral Marcelo Muller e do matador Vanderlei, marcou a ascensão do Farrapo.
Apesar de ter chovido o dia inteiro e o campo do Nicolau Fico não ter a menor condição de jogo por estar completamente alagado, o clássico entre Farrapo e Xavante saiu. Jogo de futebol em si, bola rolando, não teve. Estava mais para um pólo aquático, porém no segundo tempo, brilhou a estrela do gordinho Marcelo Fumaça. Ele limpou Aládio, dentro da área, e mandou para o fundo da malha.
Depois disso, só vitórias. Em Santa Maria, contra o Riograndense e a mais sensacional de todas, frente o Pelotas na Boca do Lobo.
Meia hora antes do início do cotejo, a Boca do Lobo estava tomada. Tomada de torcedores do Farroupilha, que predominavam no tobogã. O Tricolor também foi predominante dentro de campo e venceu por 2x1. Por fim, goleada sobre o Inter-SM, 2º lugar na chave e classificação garantida.
A segunda fase não foi difícil. Apesar de ter sido surpreendido pelo Três Passos no Nicolau Fico (empate em 2x2, com golaço do meio do campo do atacante Castro), o Farrapo venceu os dois jogos contra o Esportivo (vingando o ano anterior); venceu o Inter B no Passo D’Areia e os empates contra o TAC e o Inter, novamente, garantiram a vaga nas quartas de final.
Agora o Tricolor Fragatense estava entre os oito melhores, e o primeiro mata-mata seria contra o São Paulo. No jogo de ida, em Rio Grande, muita pegada, arbitragem fraca, Dudu gravemente machucado e derrota por 1x0. No entanto o grupo tinha consciência de sua qualidade, sabia que era melhor que o Leão e que deveria mostrar isso no Nicolau Fico. Foi o que aconteceu.
Mal saiu bola e Rodrigo Gasolina (no ataque, como no início de carreira) destruiu com o jogo. Aos 3 minutos 1x0, aos 19’, 2x0, e aos 23’, Gasolina lançou Vanderlei que não perdoou. 3x0 foi pouco. O time e a torcida riograndina não gostaram e partiram para a violência. No campo, Matheus (lateral direito aguerrido e limitado tecnicamente com passagem recente pelo Pelotas) foi expulso e, injustamente, levou Flavinho junto. Nas arquibancadas, a torcida rubro-verde depredou o patrimônio do Farrapo e ainda agrediu nosso torcedor símbolo - o Trem.
O importante era que o Tricolor do Fragata estava nas semifinais. O confronto seria contra a Ulbra, e a primeira partida no estádio Nicolau Fico.
O Farroupilha iniciou bem, até que a zaga falhou, e o time de Canoas abriu o placar. O empate só veio no segundo tempo, quando Carlão acertou uma cabeçada indefensável. Contudo, nova falha da zaga e Waldinson não perdoou.
A pressão do Farrapo foi grande, Vanderlei perdeu vários gols, até que Manga fez um golaço. Golaço! O gol mais bonito que vi no Nicolau Fico. Mangashow recebeu o cruzamento, dominou no peito e bateu no ângulo. O 2x2 não fora o ideal, mas ainda restavam mais 90 minutos em Canoas.
Lá o Farroupilha dominou o jogo. Rodrigo Gasolina abriu o placar e depois acertou uma bola na trave, e foi nesse lance que o Farrapo perdeu a classificação. Mais uma vez a zaga falhou, e Waldinson aproveitou. Apesar de criar, o Tricolor perdeu muitas chances, e o 1x1 classificou a Ulbra, por ter feito dois gols fora de casa.
O Farrapo ficou sem o título e sem a vaga na série C também, já que o Novo Hamburgo tornara-se campeão da Copa Emídio Perondi. Apesar de tudo, a base estava formada para o Gauchão 2006 e, por isso, o Farroupilha queria mais.
domingo, 20 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Farroupilha – Da Terceirona ao céu II
www.futeboldaqui.com.br
Uma semana após o fim da Segundona, o Farroupilha já tinha um novo compromisso. Era a Copinha do segundo semestre, que naquele ano se chamou apenas Copa FGF. A estreia foi contra o São Paulo, em Rio Grande, e a derrota quase óbvia aconteceu. Era óbvia porque o time, além de estar em festa, perdera os jogadores Renato para o Pelotas e Leandro Guerreiro para o VEC.
Na sequência da 1ª fase, o time cresceu e terminou em 2º lugar, atrás do Pelotas. Nos mata - mata, vitória sobre o Inter-SM e depois a fatídica derrota para o Esportivo (que se sagraria campeão) por 6x0 em casa - um jogo extremamente atípico e de atuação pífia. Ainda teve o jogo da volta em Bento Gonçalves, mas o desastre já estava feito, e o plantel não teve forças para reparar.
Terminei a primeira coluna dizendo que o Farrapo queria mais. E “mais” era sua manutenção na primeira divisão, o mínimo que se poderia exigir de uma equipe novata na competição. Para isso a direção acertou com o treinador Luiz Eduardo (ex-zagueiro e capitão do Grêmio) e ele seria a “cabeça” do Projeto Primeira Divisão 2005.
O novo plantel era composto por alguns remanescentes, como Alex Figueiredo, Cleiton, Miro, Vagson, Evanor, PC, Gil e Uendel (a imprensa já divulgou inúmeras grafias para o nome dele, no entanto meu pai lhe perguntou, em uma oportunidade no pavilhão do Nicolau Fico, e confirmou que é com U). Também vieram jogadores conhecidos na região, como Paulo Roberto, Fábio Amaral, Lovato, Edenilso, Douglas e Leandro Guerreiro (de volta), mesclados com os craques Vanderlei e Arílson.
Esse time tinha tudo para fazer uma boa campanha, e a estreia estava marcada para o dia 30 de janeiro contra ninguém menos que SC Internacional, atual tri-campeão, desfalcado de Rafael Sobis e Diego (irmão do Diogo, ambos “craques” que não vingaram) que estavam na Seleção sub-20.
Chegou o dia, 24 anos depois o Grêmio Atlético Farroupilha retornara a jogar a primeira divisão, e fez bonito. Ingresso salgado, embora com casa cheia (não só de colorados - foi meio a meio- inclusive tiveram que ir para a, hoje demolida, Coréia do Nicolau Fico), confusões em um pequeno estádio abrigando um grande jogo e o Farrapão conseguiu empatar em 1x1. Com o jogo muito parelho, Vanderlei “Matador” abriu o placar no primeiro tempo para delírio da massa tricolor. Entretanto na segunda etapa, Tinga (teu povo te ama!) comandou a pressão colorada. No finzinho, ele achou Galego (lateral esquerdo, hoje no Brasil, como diria Marco Bianchi) dentro da área e este empatou o jogo. O gostinho da vitória ficou, mas nenhuma decepção, afinal, empatar em casa com o Inter e ver o Luiz André deixar três vermelhinhos no chão com um drible perto da nossa casamata, estava mais do que bom.
Os três jogos subsequentes foram decepcionantes. Derrota para o Santa Cruz, empate contra o Glória, ambos fora, e derrota para o Veranópolis em casa. Como consequência - demissão do treinador. Geverton Duarte, treinador dos juniores, foi promovido ao cargo de treinador da equipe principal.
O time tinha apenas 2 pontos, mas Geverton consegui mobilizar os jogadores e a reação veio na 4ª rodada, em Novo Hamburgo, com vitória sobre o time da casa por 2x1, com dois gols do zagueiro Paulo Roberto e ainda com dois jogadores expulsos.
No início do returno, o Farrapo conseguiu mais uma vitória sofrida sobre o Noia. Após fazer 2x0 em 15 minutos, com gol de Arílson aos 50 segundos (o mais rápido daquele Gauchão), o Fantasma cedeu o empate, mas ainda havia esperança. No apagar das luzes, Douglas acertou um petardo de fora da área para decretar o 3x2.
Em seguida veio um empate dramático, com gol de Lovato aos 49, contra o VEC por 4x4 e outra vitória em casa, dessa vez sobre o Glória, por 2x1, com outro petardo de Douglas definindo o placar. Resultados que deixaram o Farrapo bem na foto.
Mas veio o jogo contra o Santa Cruz, em casa. Vencendo por 2x1, o Farrapão tinha a chance de matar o jogo no pênalti sofrido por Leandro Guerreiro, aos 33 minutos. Vagson! Era o que gritavam os torcedores! Vagson! Era o que gritava Geverton Duarte! No entanto, o cobrador da infração foi Leandro Guerreiro, jogador de grande destaque na história recente do time, autor de muitos tentos importantes, mas, com todo o respeito, também um dos maiores perdedores de pênaltis do Farrapo. O que aconteceu todos já devem ter percebido. Com a penalidade perdida, o Farroupilha não se classificou, já que aos 47 minutos o Galo empatara.
Agora a missão era praticamente impossível. Vencer o Inter, que também brigava por vaga, no Beira-Rio, o que obviamente não aconteceu. Derrota por 2x0, 14 pontos, 4º lugar e a eliminação.
Apesar de tudo, continuo dizendo: O Farroupilha queria mais...
Uma semana após o fim da Segundona, o Farroupilha já tinha um novo compromisso. Era a Copinha do segundo semestre, que naquele ano se chamou apenas Copa FGF. A estreia foi contra o São Paulo, em Rio Grande, e a derrota quase óbvia aconteceu. Era óbvia porque o time, além de estar em festa, perdera os jogadores Renato para o Pelotas e Leandro Guerreiro para o VEC.
Na sequência da 1ª fase, o time cresceu e terminou em 2º lugar, atrás do Pelotas. Nos mata - mata, vitória sobre o Inter-SM e depois a fatídica derrota para o Esportivo (que se sagraria campeão) por 6x0 em casa - um jogo extremamente atípico e de atuação pífia. Ainda teve o jogo da volta em Bento Gonçalves, mas o desastre já estava feito, e o plantel não teve forças para reparar.
Terminei a primeira coluna dizendo que o Farrapo queria mais. E “mais” era sua manutenção na primeira divisão, o mínimo que se poderia exigir de uma equipe novata na competição. Para isso a direção acertou com o treinador Luiz Eduardo (ex-zagueiro e capitão do Grêmio) e ele seria a “cabeça” do Projeto Primeira Divisão 2005.
O novo plantel era composto por alguns remanescentes, como Alex Figueiredo, Cleiton, Miro, Vagson, Evanor, PC, Gil e Uendel (a imprensa já divulgou inúmeras grafias para o nome dele, no entanto meu pai lhe perguntou, em uma oportunidade no pavilhão do Nicolau Fico, e confirmou que é com U). Também vieram jogadores conhecidos na região, como Paulo Roberto, Fábio Amaral, Lovato, Edenilso, Douglas e Leandro Guerreiro (de volta), mesclados com os craques Vanderlei e Arílson.
Esse time tinha tudo para fazer uma boa campanha, e a estreia estava marcada para o dia 30 de janeiro contra ninguém menos que SC Internacional, atual tri-campeão, desfalcado de Rafael Sobis e Diego (irmão do Diogo, ambos “craques” que não vingaram) que estavam na Seleção sub-20.
Chegou o dia, 24 anos depois o Grêmio Atlético Farroupilha retornara a jogar a primeira divisão, e fez bonito. Ingresso salgado, embora com casa cheia (não só de colorados - foi meio a meio- inclusive tiveram que ir para a, hoje demolida, Coréia do Nicolau Fico), confusões em um pequeno estádio abrigando um grande jogo e o Farrapão conseguiu empatar em 1x1. Com o jogo muito parelho, Vanderlei “Matador” abriu o placar no primeiro tempo para delírio da massa tricolor. Entretanto na segunda etapa, Tinga (teu povo te ama!) comandou a pressão colorada. No finzinho, ele achou Galego (lateral esquerdo, hoje no Brasil, como diria Marco Bianchi) dentro da área e este empatou o jogo. O gostinho da vitória ficou, mas nenhuma decepção, afinal, empatar em casa com o Inter e ver o Luiz André deixar três vermelhinhos no chão com um drible perto da nossa casamata, estava mais do que bom.
Os três jogos subsequentes foram decepcionantes. Derrota para o Santa Cruz, empate contra o Glória, ambos fora, e derrota para o Veranópolis em casa. Como consequência - demissão do treinador. Geverton Duarte, treinador dos juniores, foi promovido ao cargo de treinador da equipe principal.
O time tinha apenas 2 pontos, mas Geverton consegui mobilizar os jogadores e a reação veio na 4ª rodada, em Novo Hamburgo, com vitória sobre o time da casa por 2x1, com dois gols do zagueiro Paulo Roberto e ainda com dois jogadores expulsos.
No início do returno, o Farrapo conseguiu mais uma vitória sofrida sobre o Noia. Após fazer 2x0 em 15 minutos, com gol de Arílson aos 50 segundos (o mais rápido daquele Gauchão), o Fantasma cedeu o empate, mas ainda havia esperança. No apagar das luzes, Douglas acertou um petardo de fora da área para decretar o 3x2.
Em seguida veio um empate dramático, com gol de Lovato aos 49, contra o VEC por 4x4 e outra vitória em casa, dessa vez sobre o Glória, por 2x1, com outro petardo de Douglas definindo o placar. Resultados que deixaram o Farrapo bem na foto.
Mas veio o jogo contra o Santa Cruz, em casa. Vencendo por 2x1, o Farrapão tinha a chance de matar o jogo no pênalti sofrido por Leandro Guerreiro, aos 33 minutos. Vagson! Era o que gritavam os torcedores! Vagson! Era o que gritava Geverton Duarte! No entanto, o cobrador da infração foi Leandro Guerreiro, jogador de grande destaque na história recente do time, autor de muitos tentos importantes, mas, com todo o respeito, também um dos maiores perdedores de pênaltis do Farrapo. O que aconteceu todos já devem ter percebido. Com a penalidade perdida, o Farroupilha não se classificou, já que aos 47 minutos o Galo empatara.
Agora a missão era praticamente impossível. Vencer o Inter, que também brigava por vaga, no Beira-Rio, o que obviamente não aconteceu. Derrota por 2x0, 14 pontos, 4º lugar e a eliminação.
Apesar de tudo, continuo dizendo: O Farroupilha queria mais...
domingo, 6 de dezembro de 2009
Farroupilha – Da Terceirona ao céu
www.futeboldaqui.com.br
Minha história como torcedor do Grêmio Atlético Farroupilha começou no ano de 2002, ano em que o time voltara a jogar a Segundona. Influenciado pelo meu pai, já tinha ido ao Nicolau Fico quando pequeno e também me lembro de comentários da final da Terceirona 2001, contra o Cachoeira. Com auxílio da revista Super Esporte (Novembro/Dezembro 2001), lembro que nessa campanha o iniciante treinador Bebeto Rosa contava com grandes jogadores como: Evanor (o capitão), Cássio (ídolo do Brasil e do Pelotas), Vélton (meia técnico), Régis (grande zagueiro do Brasil), Géverton Duarte (já era veterano, hoje é comentarista), Manga (maior ídolo recente), Leandro Guerreiro (jogou por muitos anos com a camisa tricolor) e Flávio Leonetti (o artilheiro).
Nos anos de 2002 e 2003, mantendo a base, o Fantasmão fez campanhas apenas medianas. Destaque para o ano de 2003, quando o Farrapo brigou até a última rodada pela classificação ao octogonal final. Infelizmente, a arbitragem anulou três gols tricolores e o Lajeadense saiu com a vitória por 1x0 e a classificação. Mas o melhor estava por vir.
No ano de 2004, a direção tricolor firmou parceria com o Banco BMG visando o acesso à primeira divisão. Para isso, contratou o experiente treinador Edson Pontes, o Ceará, que montou sua comissão técnica e um excelente grupo. Mesclando jogadores remanescentes das campanhas anteriores como Leandro Guerreiro, Vélton e Manga com os experientes Dido, PC e Alex Figueiredo, além da turma de jovens - porém bons – como Cirilo, Miro, Gil e Kiko (todos dispensados do Brasil) o primeiro desafio na temporada foi o Citadino.
Inferior aos adversários, o Farrapo não conseguiu vencer, mas fez boas atuações (derrota para o Pelotas por 3x2 e empate em 2x2 com o Brasil), se tratando de uma pré-temporada e ainda com algumas carências no plantel.
O início de Segundona foi muito bom para o Fantasma do Fragata. Terminou a 1ª fase na vice-liderança, com dois empates em 1x1 nos Bra-Far. Apesar disso, Ceará e o vice-presidente de futebol Adão Marques não conseguiram se entender e toda comissão técnica pediu demissão. O treinador alegou que estava insatisfeito com a interferência de Marques no seu trabalho e com isso foi acertada a volta de Bebeto Rosa, o mestre do 3-5-2 - hoje, especialista em acessos. Ele estreou com uma vitória sobre o Bagé, em casa, com o time desfalcado e provou que poderia levar o time à elite.
A segunda fase foi ainda melhor. Bebeto Rosa fazia aquele time jogar com um fino toque de bola. Dido como líbero, os outros dois zagueiros saindo pelos lados, os alas Cleiton e Michel Gomes entrando em diagonal e Mangashow na criação. Assim ficava fácil para Leandro Guerreiro, Adãozinho, Gil e Caetano, que se revezavam no ataque.
Apesar de perder o Bra-Far na Baixada, ficar no 0x0 em casa e perder o zagueiro Roger (Bauer, atualmente dirigente do EC Pelotas) para o Lages- a direção contratou Renato, que substituiu o alemão muito bem pela esquerda, e Evanor, que futuramente seria titular, com a lesão grave na coxa de Vagson - o Farroupilha terminou na primeira colocação (“título” muito comemorado com a vitória sobre o Guarany de Bagé) e ficou entre os oito melhores. O Brasil ficou em segundo (classificou-se também) e eu dizia para meu colega Rafael: “Não vejo ninguém na minha frente”.
A terceira fase foi difícil. Apesar de o Farrapo ter melhor colocação na segunda fase, ficou com a segunda colocação geral e consequentemente uma chave mais complicada. Foi a única vez que o Tricolor não encontrou o Brasil de Pelotas (dono da melhor campanha geral), mas encontrou o de Farroupilha, além de Inter-SM e São Luiz.
No primeiro turno, empate em Ijuí, empate em casa contra o Inter (com um pênalti imbecil nos acréscimos do capitão Dido, suposta entregada, o que causou sua saída do time) e derrota em Farroupilha. A situação ficou complicada, mas o Farrapão reagiu. Vitória sobre o Brasil e empate em Santa Maria deixaram o Fantasma dependendo de uma vitória no Nicolau Fico contra o São Luiz. Nesse jogo o Nicolau Fico lotou (com ajuda de xavantes e áureo-cerúleos, claro) e uma grande vitória por 3x0.
O Farrapo estava entre os quatro melhores. Junto, o Xavante, Brasil-Fa e o Sapiranga. No ano em que o Pelotas foi rebaixado, a cidade tinha tudo para ter dois representantes na primeira divisão no ano de 2005.
O quadrangular final não podia começar pior. Bebeto Rosa escalou Cleiton machucado e o Brasil fez 3x0. Mas no jogo seguinte o Fantasma recuperou o saldo e venceu o Brasil-Fa por 4x0, em casa. Depois, 3x1 no Sapiranga, terminando o primeiro turno em segundo, atrás do Brasil. Mas se o xavante conseguiu o acesso com uma rodada de antecedência, o Farrapo sofreu. Depois de perder para Sapiranga e Brasil-Fa fora de casa, era vencer ou vencer o Bra-Far na última rodada.
Muitos diziam que o Brasil iria entregar o jogo, mas não foi o que aconteceu. O Xavante pressionou muito, dando trabalho para Alex Figueiredo, até que Michel Alves se complicou com o gramado irregular. Furou em bola num desvio após escanteio e Manga não perdoou. O Farrapo estava na primeira divisão.
No início de segundo tempo, Careca empatou o jogo e o resultado paralelo do jogo Sapiranga e Bra-Far tirava o Farrapo da primeira divisão.
Ainda restavam esperanças. Gil fez grande jogada pela direita, cruzou para a área e Paulinho marcou contra. O Farrapo estava na primeira divisão. Festa das duas torcidas no gramado, já que o Brasil ficara com o título, festa do Tricolor do Fragata, que 24 anos depois estava de volta à elite.
E o Farrapo queria mais...
Minha história como torcedor do Grêmio Atlético Farroupilha começou no ano de 2002, ano em que o time voltara a jogar a Segundona. Influenciado pelo meu pai, já tinha ido ao Nicolau Fico quando pequeno e também me lembro de comentários da final da Terceirona 2001, contra o Cachoeira. Com auxílio da revista Super Esporte (Novembro/Dezembro 2001), lembro que nessa campanha o iniciante treinador Bebeto Rosa contava com grandes jogadores como: Evanor (o capitão), Cássio (ídolo do Brasil e do Pelotas), Vélton (meia técnico), Régis (grande zagueiro do Brasil), Géverton Duarte (já era veterano, hoje é comentarista), Manga (maior ídolo recente), Leandro Guerreiro (jogou por muitos anos com a camisa tricolor) e Flávio Leonetti (o artilheiro).
Nos anos de 2002 e 2003, mantendo a base, o Fantasmão fez campanhas apenas medianas. Destaque para o ano de 2003, quando o Farrapo brigou até a última rodada pela classificação ao octogonal final. Infelizmente, a arbitragem anulou três gols tricolores e o Lajeadense saiu com a vitória por 1x0 e a classificação. Mas o melhor estava por vir.
No ano de 2004, a direção tricolor firmou parceria com o Banco BMG visando o acesso à primeira divisão. Para isso, contratou o experiente treinador Edson Pontes, o Ceará, que montou sua comissão técnica e um excelente grupo. Mesclando jogadores remanescentes das campanhas anteriores como Leandro Guerreiro, Vélton e Manga com os experientes Dido, PC e Alex Figueiredo, além da turma de jovens - porém bons – como Cirilo, Miro, Gil e Kiko (todos dispensados do Brasil) o primeiro desafio na temporada foi o Citadino.
Inferior aos adversários, o Farrapo não conseguiu vencer, mas fez boas atuações (derrota para o Pelotas por 3x2 e empate em 2x2 com o Brasil), se tratando de uma pré-temporada e ainda com algumas carências no plantel.
O início de Segundona foi muito bom para o Fantasma do Fragata. Terminou a 1ª fase na vice-liderança, com dois empates em 1x1 nos Bra-Far. Apesar disso, Ceará e o vice-presidente de futebol Adão Marques não conseguiram se entender e toda comissão técnica pediu demissão. O treinador alegou que estava insatisfeito com a interferência de Marques no seu trabalho e com isso foi acertada a volta de Bebeto Rosa, o mestre do 3-5-2 - hoje, especialista em acessos. Ele estreou com uma vitória sobre o Bagé, em casa, com o time desfalcado e provou que poderia levar o time à elite.
A segunda fase foi ainda melhor. Bebeto Rosa fazia aquele time jogar com um fino toque de bola. Dido como líbero, os outros dois zagueiros saindo pelos lados, os alas Cleiton e Michel Gomes entrando em diagonal e Mangashow na criação. Assim ficava fácil para Leandro Guerreiro, Adãozinho, Gil e Caetano, que se revezavam no ataque.
Apesar de perder o Bra-Far na Baixada, ficar no 0x0 em casa e perder o zagueiro Roger (Bauer, atualmente dirigente do EC Pelotas) para o Lages- a direção contratou Renato, que substituiu o alemão muito bem pela esquerda, e Evanor, que futuramente seria titular, com a lesão grave na coxa de Vagson - o Farroupilha terminou na primeira colocação (“título” muito comemorado com a vitória sobre o Guarany de Bagé) e ficou entre os oito melhores. O Brasil ficou em segundo (classificou-se também) e eu dizia para meu colega Rafael: “Não vejo ninguém na minha frente”.
A terceira fase foi difícil. Apesar de o Farrapo ter melhor colocação na segunda fase, ficou com a segunda colocação geral e consequentemente uma chave mais complicada. Foi a única vez que o Tricolor não encontrou o Brasil de Pelotas (dono da melhor campanha geral), mas encontrou o de Farroupilha, além de Inter-SM e São Luiz.
No primeiro turno, empate em Ijuí, empate em casa contra o Inter (com um pênalti imbecil nos acréscimos do capitão Dido, suposta entregada, o que causou sua saída do time) e derrota em Farroupilha. A situação ficou complicada, mas o Farrapão reagiu. Vitória sobre o Brasil e empate em Santa Maria deixaram o Fantasma dependendo de uma vitória no Nicolau Fico contra o São Luiz. Nesse jogo o Nicolau Fico lotou (com ajuda de xavantes e áureo-cerúleos, claro) e uma grande vitória por 3x0.
O Farrapo estava entre os quatro melhores. Junto, o Xavante, Brasil-Fa e o Sapiranga. No ano em que o Pelotas foi rebaixado, a cidade tinha tudo para ter dois representantes na primeira divisão no ano de 2005.
O quadrangular final não podia começar pior. Bebeto Rosa escalou Cleiton machucado e o Brasil fez 3x0. Mas no jogo seguinte o Fantasma recuperou o saldo e venceu o Brasil-Fa por 4x0, em casa. Depois, 3x1 no Sapiranga, terminando o primeiro turno em segundo, atrás do Brasil. Mas se o xavante conseguiu o acesso com uma rodada de antecedência, o Farrapo sofreu. Depois de perder para Sapiranga e Brasil-Fa fora de casa, era vencer ou vencer o Bra-Far na última rodada.
Muitos diziam que o Brasil iria entregar o jogo, mas não foi o que aconteceu. O Xavante pressionou muito, dando trabalho para Alex Figueiredo, até que Michel Alves se complicou com o gramado irregular. Furou em bola num desvio após escanteio e Manga não perdoou. O Farrapo estava na primeira divisão.
No início de segundo tempo, Careca empatou o jogo e o resultado paralelo do jogo Sapiranga e Bra-Far tirava o Farrapo da primeira divisão.
Ainda restavam esperanças. Gil fez grande jogada pela direita, cruzou para a área e Paulinho marcou contra. O Farrapo estava na primeira divisão. Festa das duas torcidas no gramado, já que o Brasil ficara com o título, festa do Tricolor do Fragata, que 24 anos depois estava de volta à elite.
E o Farrapo queria mais...
Assinar:
Postagens (Atom)